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Foto do escritorLuiz Fernando Coelho

PERFIL PARA UM NOVO ANO NO FUTEBOL BRASILEIRO.



O que muda para nós, se não tentarmos fazer nada diferente?

As segundas continuarão a cair nas segundas, as terças, nas terças e assim iremos, até 2024.

Me parece que, em termos do esporte que o brasileiro mais adora, os rumos irão continuar os mesmos.

Perdemos nosso Rei.

Nossa seleção não tem, hoje, um direcionamento.

Estamos correndo contra o tempo.

Digo isso por um único motivo: perdemos a Copa de 2022, do mesmo jeito que aconteceu em 2018.

O volante não conseguiu parar o contra-ataque.

Voltamos para casa.


Tudo isso, para chegar na questão da escolha do novo treinador da nossa seleção.

Estamos assistindo um filme que, para nós, é uma reprise maldita.

Total silêncio.

Especulações vindas de todos os lados.

Uma saída melancólica, que encerrou um ciclo, talvez não tão brilhante, mas muito vitorioso e com uma pessoa especial à frente.

Claro que, nos 215 milhões de técnicos em nosso país, não existe consenso quanto a isso.

O trabalho feito na CBF com esta seleção teve um planejamento e uma execução de primeira grandeza.

Houve erros?

Claro que sim. Mas isso é do jogo. Não se pode acertar absolutamente tudo.

Se o Brasil tivesse ganho o torneio, teríamos uma valorização deste planejamento, enorme.

A pergunta é, o que vamos aproveitar? Eu, se tivesse a missão de planejar o próximo ciclo, tomaria algumas atitudes diferentes.


1. Próximo treinador. De cara, divulgaria um perfil. Sim, um perfil do que queremos. Como toda empresa faz quando tem que contratar. Se é estrangeiro, brasileiro, ou vem de Marte, não importa. Importa o pensamento estratégico que a Confederação tem para o futuro.

2. Não deixaria o Tite e sua comissão técnica irem embora, sem que fosse feito, pelo menos um workshop presencial, interno, completamente fechado, com a nova comissão técnica. No mínimo, garantiríamos a possibilidade de cometer erros novos e diferentes.

3. Tite, foi muito transparente, quando avisou que sairia, depois de mais de 6 anos de trabalho.

Ótima postura. Desta forma poderíamos garantir uma passagem de bastão muito detalhada e com muita consistência.

4. Não faz nenhum sentido, colocar o presidente da instituição, à frente da imprensa, dizendo que ele vai decidir. Ou seja, tomar para si uma responsabilidade que não é só dele. Não deveria ser, pelo menos, pois a CBF é uma das entidades esportivas mais importantes deste país.

5. Falta treinamento de gestão; pelo menos é o que parece. Em todos os níveis. E isso vale para nossos atletas principalmente. Esses caras passam por mudanças completamente difíceis de se encarar. Vão de um polo a outro, em muito pouco tempo. Uma hora moram na periferia, e logo a seguir vão morar num bairro chique, em Londres. Pegavam um busão para ir treinar; passam a ter um Porsche; ninguém os procura, são assediados pelo mundo.

6. Faria mídia training com todos, quem sabe o discurso sairia melhor; Além disso, ensinaria a cantar o hino Nacional Brasileiro e ter a posição correta de respeito.


Espero que tenhamos, não uma decisão rápida, mas sim, uma tomada de posição madura, consistente.

É verdade que, qualquer caminho terá imperfeições e sofrerá críticas. Posso afirmar que, se a decisão for baseada em um conceito, divulgado a priori, háverá possibilidade de ter mais apoio do que crítica, melhorará bastante, na hora de divulgar o nome.


Lembro claramente, quando colocaram o João Saldanha como técnico. Na primeira entrevista ele escalou o time, que afinal foi quase 100%, o que jogou na Copa de 70, titulares e reservas.

Na época o Brasil chegou a ter 4 seleções diferentes: a verde, a azul, a branca e a amarela. Que ideia péssima.


Esta é a minha sugestão. Antes do nome, o perfil.

Se for quem mais ganhou títulos importantes nos últimos anos, Abel Ferreira.

Se for um treinador jovem, com ideias de jogo que te levam a um estado de constante emoção, Fernando Diniz.

Outra possibilidade é um cara que se acha muito mais do que é, Jorge Jesus.

Se o perfil for, um sujeito que teve pouquíssimo tempo, arrumou um time que não vinha bem e venceu 2 títulos seguidos e, muito importantes, Dorival Junior.

Se a opção for um técnico que faz tempo dirige um time, ainda sem a expressão dos grandes da série A, mas com grande sucesso, Juan Pablo Vojvoda.

Isso para falar somente daqueles que atuam aqui.

Tracem o perfil.

Depois escolham.

Quem sabe em 2026 possamos perder a Copa na final?

Calma gente. Erros diferentes, lembram.

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